DESALENTO



Oh, vida me dê licença
Eu necessito chorar,
Tenho o peito feito prensa,
Por nem puder lamentar!
Virada pelo avesso
Estou vendo a minha vida,
 Trpeços e mais trpeços
Ja nem encontram guarida.
De um momento pra outro
Tudo enfim se transformou
Deu a louca no meu mundo
Que quase desmoronou.
Estou fazendo o possível
Para não enlouquecer
Está tudo tão terrível
Nem consigo adormecer.
Mesmo que o sono viesse
Só pra puder descansar,
O consciente não adormece
Necessito atenta estar;
Feito escoteiro em serviço
Por que quem dorme não pensa
E eu tenho compromisso;
Compromisso com a doença
De alguém que necessita
De carinho e de atenção
Que só por meu nome grita
Segurando a minha mão,
Confiando em que eu estou
Para o que der e vier
Cuidando com o meu amor
Onde que ele estiver.
Porém, chega algum momento
Em que as forças vão embora,
Sai fora e o desalento,
Transforma-se em pranto e chora.


Brasília/05/2011