MEU CORAÇÃO DESISTE

Não quero ser triste,

mas a densa melancolia

tanto e tanto insiste

que meu coração,

acanhado, desiste

e a tristeza persiste

Não se origina de ti

essa amargura

que outrora até foi

manancial de doçura,

mar de enlevo,

tamanho e deslumbrante

oceano de ternura?

Por onde erras alegria

que já não me preenches?

Te escondeste na poesia,

chegaste ao fundo do poço,

fugiste da simpatia,

evaporaste no tempo,

morreste na travessia?

Quanto brotar de amor

quando eras minha,

quanta explosão de ardor

nos deleitando sob lençóis,

quanto ímpeto de fulgor

nos momentos de carinho,

quanto querer e desejo!

Se foi no entanto

esse paradisíaco deleite

nas brumas da dor sumiu

na noite escura fluiu

mesmo a saudade anuiu

nas asas da tristeza

simplesmente partiu

Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 04/10/2011
Reeditado em 04/10/2011
Código do texto: T3258018
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