O que há?
Aquele nó-
que aperta a respiração,
sufoca,
de avermelhar o branco dos olhos.
Por que?
Saudade-
muito forte,
a ponto de pensá-la presente realidade,
porque nela minh'alma está
persistindo quotidianamente,
a roubar o mais precioso de mim,
o de saber-me ser como amadureci
e que vejo ausentar-se de minha eternidade.
Página virada, sei,
há várias,
mas que farfalha ainda no coração
como coisa natural minha, nata,
que jamais se afasta.
Sei onde estou agora
e nem me pergunto o por quê,
é nova etapa que se abriu
para assumir a anterior que se foi
mas não morreu, o que não contesto;
às vezes a vida me guia.
Tudo se acabaria se eu me calasse,
caminho tropeçado em letras
entre o horizonte da minha jornada
e a lembrança que dorme entre os guardados.
É isso:
Estou guardado dentro de mim-
e às vezes não me reconheço;
voz amargurada que escuto sem sentido
e a memória não tritura, não me digiro!
O que sonho está lacrado no sangue,
ternura que não quer se apagar,
verdade a sete chaves guardada
num masoquismo interior sem fim
que permanece como céu que lá está
a cuidar do meu tempo
alimentado o silêncio
das minhas palavras soltas...
(MEG)