Minhas vísceras
meu eu pseudo-poético tão ameaçado
minha forma roubada minha palavra
e o arrependimento não-constante
mas forte quando chega ao topo do pensamento
meu sangue
minha dor
meu rastro de sujeira e minhas palavras horríveis
o canto sobre medo de imagens de santos
e a raiva de cães que latem sem motivo
meus copos
a vontade de ter corpos vivos à minha disposição
de ter corpos mortos na minha estante
ter a arte exaltada em rubras gotas
meu sabor amargo de “pós”
meus brindes ao vazio dos átomos
e aos atordoados bêbados e seus vômitos
meu sangue
minha dor
meu eu pseudo-doente tão ameaçado
minha constante vontade de explodir minha mente
minhas referências tão ameaçadas
calar quando se tem tanto a dizer é ser forte?