NÃO VEJAS MEU AMOR

Todas as vezes que eu sorrir, favor notar que estou chorando

Por mais que eu seja visto caminhando, me sinto a declinar

Quase a ponto de já nem mais sonhar, dormindo quando acordando

Desistindo ao mesmo tempo que tentando - talvez pra me enganar!

Faço de conta que o doce dos frutos não me abandonou

Que a indesistível lágrima que rolou, não me fez inumeráveis visitas

Que por trás das linhas escritas não existe um grito que calou

Faço de conta que o destino me falou que essas dores não são infinitas!

Finjo-me sóbrio, mesmo flagrado pela crise que me acusa de ébrio

Inebriado pelo tédio que se traveste do mais apalhaçado semblante

Marionete delirante, guiado pelo mortal veneno de seu remédio

Que acessa a loucura por intermédio de uma serenidade farsante!

E assim eu peço que ao me olhares, favor só não me vejas

Há tantas pelejas dilacerantes aqui, que eu prefiro enganar-te

Levando-te por toda parte, por mais que junto a mim jamais estejas

Te amando, ainda que não sejas a melhor razão para eu amar-te!

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Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 03/10/2011
Código do texto: T3254899
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