O Amor Renascentista da Infância

Nos alicerces opacos do arco-íris dos meus rancores,

Abandonado no colo das multidões surdas da Solidão,

Eu brado o silêncio algoz e fiel de meus temores

Que permaneciam acesos nas grutas insanas de minha escuridão.

Eu acordo ainda aprisionado dentro de mim mesmo,

Neste câncer terminal de contaminar-me sendo quem eu sou;

Até quando permanecerei neste eclipse infindável a esmo?

Vagando nos labirintos do Sentir nesta alma que me aprisionou...

O que houve comigo, por que me perdi, quando, como?

Nos símbolos interrogativos que emanam de tudo

Fui o óvulo cósmico fecundado pela genitália do Absurdo,

Sou as aberrações e as monstruosidades de tudo o quanto somos.

Quem me dera puder ser quem vocês queriam que fossem meus eus,

E não ser atualmente este esterco metafísico que me tornei;

Não me façam mais perguntas, as explicações eu já abandonei;

Pois minha alma foi enxertada na árvore da Dúvida semeada por Deus.

Meus olhos não me reconhecem mais, minhas lágrimas choram por mim;

Mas ao teu lado renasce a criança que fui meu poético sobrinho,

Por mais que te ame, não me sucumbe as sensações de ser sempre sozinho,

Mas o amor ígneo que raramente expresso por ti jamais terá fim.

Gilliard Alves Rodrigues

Gilliard Alves
Enviado por Gilliard Alves em 01/10/2011
Reeditado em 04/04/2014
Código do texto: T3251281
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