À noite me caiu tenebrosa.
Autor: Daniel Fiúza
30/09/2011
À noite me caiu tenebrosa,
dos meus alicerces fortes,
e das minhas colunas imperiosas,
impetuosamente firmes,
dilaceradas pelo meu vazio.
A escuridão entrou amargurada,
pela janela que se abriu,
e como anjo exterminador,
se alastrou pelos vales da minha pele.
Flores tiranas e iradas, nasceram,
magoando todo o meu futuro,
com rudes pétalas agressivas,
soltando néctar radioativo,
e pólen em pó de aço
como uma chuva ácida.
Essa noite era uma rosa negra,
cujos espinhos ganharam vidas,
cuspindo cores pálidas e descoloridas,
na triste noite que me caiu tenebrosa.
Meus olhos lacrimejaram,
e lágrimas tristes e notívagas,
formaram um rio de escuridão.
O breu rolou desencantado,
rasgando e queimando o peito,
formando um buraco negro,
na cavidade mais funda e escondida,
do meu sensível coração.