Cavaleiro Sombra

Cavaleiro estranho

Cortando turvo o vau dos rios

Estreitando o espaço

Entre a noite e a solidão;

Vaga, sem lume e sem candeia

No vento negro e sombrio

Das paragens recônditas

De almas sem fé;

Na tensão dos fios gélidos

Estremessem de temores

Os filhos do medo.

Quanto degredo no breu

Quando ele passa!

Que mundo sem cor que ele veste;

Tão perto de paredes

Que separam gemidos

Os quais nunca se saberá

Se é de prazer ou de espanto.

Ele sonda, sabe-lá o que quer...

Será que tem sede de lua?

A escuridão lhe cai tão justa

Que parece que não;

Nunca vê a claridade

Nem desfolha o mal-me-quer;

Talvêz seja um amor perdido

Coração desiludido

De traição de mulher.

carlinhos matogrosso
Enviado por carlinhos matogrosso em 30/09/2011
Reeditado em 27/12/2011
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