Solução final
Hoje, penso mais na morte
Muito mais que imaginei
Saída ingênua, quem sabe...
Pecadora e louca
Perspectiva inexorável
Nas mãos da decrepitude
Ou, num arroubo da emoção,
Em abreviada solução
A opção é viver...
Menos e pior a cada dia
Enquadrado na prisão
Nos limites dos conceitos
Nos vexames do exílio
Fortuitamente acariciado pelas generosidades
Com seus olhares apiedados
Ou no desgosto do presente desconhecer o passado
Defasado, anacrônico, solitário existir
Sem saída
Porque a contemporaneidade é inóspita ao velho
Sem saúde nem beleza
E o esforço despendido por ambos
É um estorvo recíproco
Cuja solução, viaja calma e progressivamente
Em uma só mão.