CICUTA
Hoje gostaria de cantar a canção da vida
Minha vida, nas letras do Djavan
O meu bem querer, ora em terra perdida,
Só em sonhos, duro é acordar de manhã!
Tudo mudou menos a vã poesia
E eu cá, ainda morrendo de amor,
Sigo a dedilhar minha vida vazia
Usando a máscara do bom humor
Manter-me sóbrio e vivo é minha luta
Pois, como na canção, jurado de amor
Mata-me a solidão; dose diária de cicuta,
Lentamente, com sofrimento e dor
Queria cantar, mas esqueci a letra,
Ou, talvez, só tenha receio de chorar
Lembrar que perdi a minha preta
E não há mais motivo pra cantar
A verdade é que estou decidido
Não importa a força dos fatos
Melhor esse amor bandido
Que dilacerar cartas e retratos
E fazê-lo até poderia
Na tentativa da calma
Mas impossível seria
Rasgá-la de minh'alma