PERMITA-ME SONHAR!


Na aridez noturna de meu quarto
Que também é minha oficina de poemas,
Não sei se visto uma roupa de sair e parto
Ou se fico aqui antena ligada – captando poemas!

Se fico ouvindo música aqui no meu quarto-escritório
Até, devagar, passar, deste para um mundo ilusório...
Muito mais constante que o real, muito mais transitório!

A misteriosa e tão buscada porta da dimensão dos sonhos,
Como num filme de ficção, vai se fechando – o tempo se acabando,
A indecisão parece dominar a situação, são minutos medonhos!

Prendes-me Mundo maldito? Por que, se sou só um cara esquisito?
Nada tenho a legar, a não serem esses poemas rasos – escritos ao acaso!
Quero o portal dos sonhos, lá terei um escritório lindo – espaçoso!

Dele, poderei ver o céu estrelado, terei uma lareira para os dias gelados,
Ao redor um jardim sempre florido, exalando aromas por mim preferidos
E minha amada nunca pensará em me deixar e me visitará – dias seguidos!

Escreverei poemas lindos, de um amor feliz do começo ao fim,
Diferente deste mundo: no começo tudo muito bom, no fim – tudo ruim!
Serão poemas profundos, para se refletir sobre este e outros mundos!

Tem alguém dizendo impossível? Caramba! Estou falando de sonhos!
Deixe-me sonhar, é possível? Querem controlar tudo, seus enfadonhos!
Estou resignado a caminhar com vocês, sempre num desses rebanhos!





 
Manoel de Almeida
Enviado por Manoel de Almeida em 29/09/2011
Código do texto: T3247044
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