::: Madrugada :::
Olho o relógio na parede
Olhando para mim
Denunciando-me
"É tarde!"
E então,
Mais uma noite sem sono
E de novo essa vontade
De escrever até nascer o sol...
Ó soturna escuridão
Que se desdobra pelo céu
Ó noite que não tem fim
Traz-me lirismo....
Dos meus lábios
Saltam suspiros
Nos meus pensamentos
Povoam ilusões
No meu coração
Uma canção triste
E de meus olhos
Precipitam cachoeiras...
No caos da conversa na TV
Viajo na quietude da solidão
De estar só e em mim
Sem medo e nem razão...
Devaneios surgem no ar
No simples segundo
Do meu versejar!