A ESPERA

Como sentinela

na frente do portão,

garoa fina que congela

e molha todo o chão.

Noite escura e sombria

embalada pelo uivar do vento,

um olhar que irradia

um misterioso pensamento.

Sua espera cansa,

e seus pés adormecem.

Nos cabelos, uma trança

que as vestes umedecem.

Mãos frias e trêmulas

se beliscam no tempo,

e os lábios frêmidos

buscam alento.

Cansada, desiste

e do portão se esvai.

Hoje não mais existe

e novamente se retrai.

Despida das roupas e dos sonhos,

na cama, se deita e adormece.

Seu semblante é tristonho

e por horas do seu amor esquece.

Lucia Liz
Enviado por Lucia Liz em 26/09/2011
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