Jamais serei feliz de verdade
Ondas incessantes de ressentimentos,
trazendo de longe os restos de um naufrágio,
deixam sobre as areias do viver
coisas que eu tento esquecer
mas chegam em mim
feito um presságio.
E a armadura não protege o coração
que é perfurado por várias vezes, duramente.
As verdades cortam e me fazem sangrar
e por mais que eu lute, é uma causa perdida
da qual a razão se ressente.
E eu que ansiei para que nada fosse desse jeito,
mesmo sabendo que nada, nada mesmo é perfeito,
vejo-me sucumbir à minha própria incapacidade...
cedendo pouco a pouco à certeza
de que jamais serei feliz de verdade.