Desgoverno
Como vinho tinto em corpo jovial o sangue defluia,
Juntamente aos retratos da pródiga filha
Os sorrisos em diversos cacos se partiam,
Entende-se que o germe em sua infância se fizera cinza
As raízes mirradas e retorcidas, outrora rijas,
Desfaleceram antes que o fruto emanasse
Ao mundo algum gesto jovial de alegria,
Tornaram hórrida aquela graúda parte da família
Solecismos inumeráveis invadiram-lhe a alma,
Fizeram mortalha de seu corpo com derivados de morfina,
Rascunharam-lhe convulsos comandos e em sua falta
Ela aderiu à própria insânia, suscitou-lhe então o vício em ruína
Por ironia, o descontrole foi uma exímia calamidade
E não há rima, escrito ou poética construção
Que exprima seu encantamento ao deitar-se no caixão
Da submissão do próprio corpo à enfermidade!
Eis-lhe a precoce e narcísea destruição...