Desgoverno

Como vinho tinto em corpo jovial o sangue defluia,

Juntamente aos retratos da pródiga filha

Os sorrisos em diversos cacos se partiam,

Entende-se que o germe em sua infância se fizera cinza

As raízes mirradas e retorcidas, outrora rijas,

Desfaleceram antes que o fruto emanasse

Ao mundo algum gesto jovial de alegria,

Tornaram hórrida aquela graúda parte da família

Solecismos inumeráveis invadiram-lhe a alma,

Fizeram mortalha de seu corpo com derivados de morfina,

Rascunharam-lhe convulsos comandos e em sua falta

Ela aderiu à própria insânia, suscitou-lhe então o vício em ruína

Por ironia, o descontrole foi uma exímia calamidade

E não há rima, escrito ou poética construção

Que exprima seu encantamento ao deitar-se no caixão

Da submissão do próprio corpo à enfermidade!

Eis-lhe a precoce e narcísea destruição...

Duda Checa
Enviado por Duda Checa em 24/09/2011
Reeditado em 25/09/2011
Código do texto: T3238695
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