Poesia e pranto
Traiçoeiro encanto que as vezes trai
O pobre poeta que não chora um ai
É a poesia quando da dor se esconde
E o poeta busca-la, não sabe onde
Sedutor encanto é a poesia triste
Quando fala a dor de saudade infinda
A dor que poucos sabem que existe
E de chora-la ninguém sabe ainda
Vai o poeta buscando em sonhos
Ou em verdades já falecidas
Prantos, saudades ou um adeus até
Dádivas que não podem ser esquecidas
Assim o poeta pelo traiçoeiro encanto
Da fugaz poesia que se faz de canto
Se lhe foge a voz e se a palavra vai
Faz o poeta a poesia, com o próprio pranto.