Não precisa de enfeite essa minha tristeza
Nem essa solidão precisa de alguma ilusão
Essas incertezas não tem nenhuma precisão
O que tem de doer não precisa de delicadeza
E talvez nada precisava mesmo ser eterno
Para sofrer nesta vida não há tanta presteza
E a gente padece aqui mesmo, com certeza
E nem precisa de se inventar assim um inferno
A poesia não precisa tanto de mais um poema
Essas palavras vazias que nada de nada dizem
Essas palavras que os sentimentos contradizem
São tudo parte de um grande e mesmo dilema
Viver, amar, ser feliz, e acreditar na possibilidade
De isso tudo ser palpável e até mesmo possível
De isso tudo parecer até que tem necessidade
De essa realidade absurda nos parecer plausível
 
Nem é assim o lirismo tolo de alguma poesia
É a vida, só a vida, essa tão estranha aventura
A vida com tudo que tem e pode ter de vazia
Só a vida, essa dor que como nada tanto dura
Nem é mais nada e tudo de volta a gente viveria
E trocaria as horas do dia por uma noite escura
Desde que nos restasse essa emoção da poesia
Essa triste ilusão em nós de que tudo perdura
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 19/09/2011
Reeditado em 19/05/2021
Código do texto: T3228121
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