AGONIA

Quando eu te amava eu não te tinha.

Dormia contigo e acordado dormia.

Sentindo teu cheiro na mente.

Eu te namorava,

E era tarde era dia,

Era noite era casa vazia!

Amava-te poesia ou mulher?

Tu me amava no meu pensar,

Como também sorria e fugia.

E eu te amava

Ou me fazia te amar.

E depois te perdoava

Por fazer de mim um amante,

Platônico.

Por ter me revelado

O segredo do amor mansinho

Por ter me socorrido

Nas minhas noites insones.

Ah, tenho que recuperar o brilho

Que se foi na naquela noite fria,

Naquela noite alta, querendo ser dia.

Que depois transformou

Tudo que sonhei em apenas

Agonia...

Salvador, inverno de 2011