2h58.
Mais um fim de semana
Que eu passei na cama
Que eu fiquei no escuro
Do lado de cá do muro
A sociedade invisível
De vida previsível
E voz insensível
Me chamando de louco
E eu devo ser um pouco
Pra não dar fim nisso tudo
Cego, surdo e mudo
Eu continuo
Sem motivo algum
Sem um porquê
E talvez seja essa a razão
De eu prevalecer
Aqui, no escuro
Ninguém derruba esse muro
Miro no fracasso e acerto
Nesse industrializado eu vegeto
O livre-arbítrio me sufoca
E ri da minha cara
Enquanto eu tranco a porta
Com voz de famílias felizes
Abrindo minhas cicatrizes
Tenho pesadelos horríveis
Até que, enfim, adormeço.