2h58.

Mais um fim de semana

Que eu passei na cama

Que eu fiquei no escuro

Do lado de cá do muro

A sociedade invisível

De vida previsível

E voz insensível

Me chamando de louco

E eu devo ser um pouco

Pra não dar fim nisso tudo

Cego, surdo e mudo

Eu continuo

Sem motivo algum

Sem um porquê

E talvez seja essa a razão

De eu prevalecer

Aqui, no escuro

Ninguém derruba esse muro

Miro no fracasso e acerto

Nesse industrializado eu vegeto

O livre-arbítrio me sufoca

E ri da minha cara

Enquanto eu tranco a porta

Com voz de famílias felizes

Abrindo minhas cicatrizes

Tenho pesadelos horríveis

Até que, enfim, adormeço.

nes_ste
Enviado por nes_ste em 12/09/2011
Reeditado em 12/09/2011
Código do texto: T3215516
Classificação de conteúdo: seguro