Na ânsia de ter...

Monstro que devora

Na voracidade da fera

Bicho faminto, sedento.

Vazio que se alastra

Nas entranhas do meu ser

Falta, ausência...

Um nada sem fim

Abismo dentro de mim

Lobo no deserto

Feroz a me consumir.

Garganta seca, boca vazia.

Não posso ver apenas sentir

Ventre que espera

Na ânsia de ter...

Na inércia a força, o vigor

Esvai-se na penúria

Apáticos, olhos murchos.

Tanta coisa a me dizer

Ela está pra chegar

Já está vindo

Já posso dormir

A morte vem me ninar

Quero sonhar

Que lá, eu possa ter.

Naldo Martins
Enviado por Naldo Martins em 10/09/2011
Reeditado em 03/10/2011
Código do texto: T3210838