Na ânsia de ter...
Monstro que devora
Na voracidade da fera
Bicho faminto, sedento.
Vazio que se alastra
Nas entranhas do meu ser
Falta, ausência...
Um nada sem fim
Abismo dentro de mim
Lobo no deserto
Feroz a me consumir.
Garganta seca, boca vazia.
Não posso ver apenas sentir
Ventre que espera
Na ânsia de ter...
Na inércia a força, o vigor
Esvai-se na penúria
Apáticos, olhos murchos.
Tanta coisa a me dizer
Ela está pra chegar
Já está vindo
Já posso dormir
A morte vem me ninar
Quero sonhar
Que lá, eu possa ter.