DESPEDIDA
E a palavra tornou-se chuva torrencial
Inundando com a força de um vendaval
Que alegremente fez-se tristeza apagando o sol
E do imenso céu assoprou-se um vento gélido
Do sorriso que crescia na face - despencou neve branca
A pele absorveu com breves tremores intensos
Cobriu a esperança...
Que agora aflora em lembranças
Derreteu subitamente, deixando o campo sedento de amor...
Calou fundo no corpo leve torpor de dor
E de tanto sentimento, aguou no lirismo do pensamento
Ah! Como doeu na alma aquele tormento
Casaram-se as letras perpetuando o querer
No bailado da memória que assola
Breve momento de ciúmes que abriu alas na passarela...
No desfile das sensações que corroem o que há de belo
E o samba se vai, deixando as ruas vazias e uma cidade cenográfica...
Testemunha a festa que transcendeu às imagens fotográficas
Novamente a pérola retorna a ostra...
Ferida de morte e entregue à própria sorte
Serpente astuta... Deu o bote na hora certa
Picou a verve e engoliu a presa pela testa
Ode. Funesto dia. Funesta hora. É adeus!
Fica a pergunta: Será que o sonho valeu?
As colombinas passam, olhos pingam selvagens nas folhagens do porvir.
Duo: Lu Rocha e Hilde