O vazio de mim
Que silêncio que me envolve e sufoca
Num vazio que de tão denso me alucina
Quase mortas ficam as horas em agônia
Passando lentas sem precisar marcar o dia
E que dia, em mim, haveria de passar?
Se no tempo me perdi sem caminhos pra voltar
Até a noite, em meus olhos, claros dias se tornaram
E assim, não me permitem nem ao menos um sonhar
No vazio do silêncio onde gritar é não ouvir
A própria voz ao passar em pensamentos
Como se o vácuo até o pensar me roubasse...
Me deixando eterno o mais triste dos momentos
E a solidão que matreira, mansamente se apróxima
Sorrateira, ardilosa, sem ter pressa de chegar
Ao saber-me preso sem nenhum sonho pra sonhar
E tão vazio que nem lágrimas tenho mais para chorar.