Tardia

O que venho dizendo São palavras ocas e sem sentido

Borrões de uma mente já desgastada

Sorrisos esquecidos em um mundo que não mais existe

Lembranças vazias que andam em descompasso por um caminho sem nexo

Tardia e sorrateiramente a vida se arrasta

Sussurros de sofrimento ecoam no silêncio da mente

Nada a minha frente

Nada ao meu redor

De nada servem minhas palavras

Parece muitas vezes que a dor inunda meu corpo, mas muitas vezes eu não sinto nada

Insetos percorrem minha carne

Meu corpo em convulsões constantes sente-se vivo

Meus olhos vão cada vez mais enxergando o vazio

Um eu sombrio reina

Um eu tão puro chora

Inocência partiu sem olhar pra trás

E jogado a uma prisão sem nome estou

A espera de que a vida

mesmo que tardiamente, se arraste para um buraco sem fundo