O auge da decadência do poeta...
Quando a cabeça parece não mais pensar algo grandíloquo...
Quando o coração parece não mais sentir algo sublime...
E quando a alma e o espírito parecem estar, deveras, vazios...
São premissas que introduzem o prelúdio da hora chegada...
Da decadência... de um poeta... de um artista... de um ser...
De uma arte já fadada, predestinada e conspirada à decadência...
Tornei-me um homem um tanto seco e um tanto indiferente...
E com aquele certo requinte de altivez e arrogância...
E com demonstrações de sentimento, afeto, carisma e empatia...
Que são notória e definitivamente sofríveis e limitados...
Que são tão sofríveis, limitados e notórios quanto à minha inspiração...
Que está tão forçada que poderia ser denominada de... obrigação...
Tanto tempo lendo, estudando, refletindo e praticando técnicas...
Técnicas... técnicas e mais técnicas... para tornar-me técnico...
E só agora descobri que técnica sem inspiração não serve para nada...
Lembro-me de quando eu era um jovem rapaz bem-intencionado e ingênuo...
Que ainda sofria e tinha sentimentos... Passado o qual me envergonha!
Mas eu tinha uma fonte grande de inspiração... meu único talento...
Já que eu não podia contar muito com a minha técnica na época...
Entretanto, atualmente, eu posso lapidar a minha arte mais antiga...
Não obstante, nada irei lapidar no futuro, se eu não fizer arte hoje...
Talvez meu erro não foi a minha técnica, e sim o meu esgotamento...
Pois eu sabia que... esgotando o sentimento, esgotaria o sofrimento...
Mas não eu sabia que... isso esgotaria a minha arte e a mim mesmo...
...
(Bhrunovsky Lendarious)