O auge da decadência do poeta...

Quando a cabeça parece não mais pensar algo grandíloquo...

Quando o coração parece não mais sentir algo sublime...

E quando a alma e o espírito parecem estar, deveras, vazios...

São premissas que introduzem o prelúdio da hora chegada...

Da decadência... de um poeta... de um artista... de um ser...

De uma arte já fadada, predestinada e conspirada à decadência...

Tornei-me um homem um tanto seco e um tanto indiferente...

E com aquele certo requinte de altivez e arrogância...

E com demonstrações de sentimento, afeto, carisma e empatia...

Que são notória e definitivamente sofríveis e limitados...

Que são tão sofríveis, limitados e notórios quanto à minha inspiração...

Que está tão forçada que poderia ser denominada de... obrigação...

Tanto tempo lendo, estudando, refletindo e praticando técnicas...

Técnicas... técnicas e mais técnicas... para tornar-me técnico...

E só agora descobri que técnica sem inspiração não serve para nada...

Lembro-me de quando eu era um jovem rapaz bem-intencionado e ingênuo...

Que ainda sofria e tinha sentimentos... Passado o qual me envergonha!

Mas eu tinha uma fonte grande de inspiração... meu único talento...

Já que eu não podia contar muito com a minha técnica na época...

Entretanto, atualmente, eu posso lapidar a minha arte mais antiga...

Não obstante, nada irei lapidar no futuro, se eu não fizer arte hoje...

Talvez meu erro não foi a minha técnica, e sim o meu esgotamento...

Pois eu sabia que... esgotando o sentimento, esgotaria o sofrimento...

Mas não eu sabia que... isso esgotaria a minha arte e a mim mesmo...

...

(Bhrunovsky Lendarious)

Poeta Lendário
Enviado por Poeta Lendário em 29/08/2011
Reeditado em 26/02/2023
Código do texto: T3188208
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.