Asas do Destino

Corte minhas asas

Deixe-as sangrar!

Sobre o assoalho corroído

Pelo rubor tingido.

Escarlates gotas

Mancham o tênue ar!

De meu coração ferido

Elas vagam ao paraíso perdido!

Os anjos elas beijam,

Imploram pelo vão consolo!

Sem dolo elas vagam

De meu peito se desgarram

Atam com o divino um amor tolo

Intumescido de cerúlea canção,

Rubor cálido e comoção!

A dor do corte não mais existe

Tua bela face não mais persiste

Em minha mente a habitar!

Um belo e breve sonho foste!

Mas com teus toques, me lembraste

Que vivo ainda estou a vagar

A um novo nascer rumando...

Para mais uma vez perecer nas cinzas

Da dor e da ilusão que renascerão...

E morrerão, como um ciclo a ser vivido!

Quem vive está fadado a glórias

E derrotas, a ilusão e a paixão...

Não cabe a nós questionar, apenas vagar!