Triste Sina da Pétala

As pétalas já não mais caem

No outono morno! No pálido

Sítio morto! Coberto, sobreposto

Pelo reflexo que tua face mantém

Sobre o fosco rosto da terra adormecida,

Intumescida de mortos corpos ressequidos

Decaídos do cume das árvores, dos galhos

Em secos retalhos, esmiuçados da queda!

As pétalas já não mais caem

Dos olhos dos anjos entristecidos!

Silenciados pelos pecados humanos

Que em luxúricos sonhos os traem!

As pétalas, consumidas pelo furor do rubor

Das chamas, não respiram mais!

Crepitam na dança cálida e loucaiz

Cantando dores e temores no auge do pavor!

As pétalas já não mais caem

São meras lembranças dum passado

De primaveras estrelado, perfumado

Que as minhas lembranças atraem!

Como crianças sendo chamadas

Ao acalento do colo maternal

Ao afago da magia das fadas

Ao beijo afável sem igual!