CINZEL SOLIDÃO

Detalho o teu rosto com o cinzel da imaginação,

Entalho as formas singelas o que ainda me vem,

Madeira etérea, bruta que surge na minha ilusão,

Guardada figura na mente e meu coração refém.

Pequenos rasgos e que rasgo dessa alma madeira,

Moldando na forma sonhada, dentro, em segredo,

Capricho. Encanto de um artista em obra primeira,

Louco ao vê-la pronta ainda que machucados fê-los.

Terminada obra alegria pela comovente perfeição,

Tristeza, pois mesmo que perfeita não é verdadeira,

Movido, agora, por mórbida e estupida desilusão.

Em se desfazer da imagem pensa, apenas cogita,

Divide em nada ter de quem ama ou imagem ligeira,

Solidão de artista, solidão de quem ama. Solidão que agita.

Inaldo Santos
Enviado por Inaldo Santos em 27/08/2011
Reeditado em 27/08/2011
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