Apelo de ex super homem

Se no peito bate à esquerda um eu sem força

doi igualmente na direita a vista cansada de vazio

e a mão se vai ao rosto procurando por suas rugas.

quem sabe indague-as a razão desta dor irazoável

ou busque nelas os traços que a norteie ?

Sei que o olhar vai para baixo, e se perde

cata entre os dedos do pé uma sobra de motivo

cava - não quer ouro- nada vê que reanime

e questiona a cada pedra que chuta:

acaso escondeste sob ti a felicidade à muito me negada ?

quem me drá provar da água da chuva;

pois que um raio me chega primeiro?

me degenero do herói que desenharam

perdida foi minha boa capa vermelha-

pobre de mim, ex-super homem

cuja ferugem (solidão) corroeu o peito de aço

me expondo tão humano que me desconheço

- serei eu mesmo a estátua altiva na praça ???

há,humanidade!

reinventa-me em carne e osso;

deixa-me ser só eu (pois me conheço)

demite-me deste herói que não sou (e nunca fui)

pois frágil e pequeno, quem sabe ache eu...

um olhar que me entenda !