Dias cinzentos

Dias cinzentos,noites sem luar.

Minha pena cessa;apenas os olhos para o nada contemplar.

Quantos pesares,quantos devaneios esquecidos,

se ao menos tu,se ao menos tu não tivestes ido...

Que importa se as folhas caem;

murchas e secas das árvores que morrem.

Que importa,se vem o inverno e os rouxinóis não mais vão cantar,

antes findar-se e cair na terra que aqui perdurar.

Essa mesma terra,úmida e fria que um dia me cobrirá o caixão.

Dias cinzentos,meu lamento se perde vago e inaudível pela névoa

que assombra e me traga à recordação dos teus cinzentos olhos mortos.