Alma sofrida
Ó alma sofrida, por que gritas no meu peito querendo levar-me a loucura?
Alma ingrata. Se te cerquei de amor por que é de revolta queres te encher?
Alma injustiçada, bem sei que o que querias era transmitir doçura;
Mas foi de amargura que cercaram o teu ser;
Bates na grade de tua prisão querendo voar;
Não vês que feres meu corpo com tua violência?
Então quanto mais silêncio quero, mais queres gritar,
Sei que minha mente está insandescendo com toda essa ausência;
Ausência de força, ausência de paz;
Não seja ingrata com tanta maldade,
Tem horas que sinto que sou incapaz,
Não vingue em meu corpo, tenha piedade;
Bem sei que tu sofres em meio a essa guerra,
Mas acalme-se por mim,
Não tenha tanta pressa,
Sinto-me morrendo, a beira do fim,
Alma sofrida, alma, ó minha alma,
Não mate a esperança de um dia ser feliz,
Ó Alma, um dia serás tudo que eu quis.