Meu sertão

Vejo-me

coberta

por essa poeira vermelha

A seca me assola

e por todos os lados

tamanha é

a minha desolação

A escassez

de palavras perenes

Deixam os olhos

rasos d’agua

A alma

teima em percorrer

a aridez de um sentimento

que aos poucos

tornou-se inerente

Presentes hoje

nos sulcos de minha face

apenas as marcas

deixadas pelas lágrimas

No meu sertão

Até a asa branca

bateu suas asas e voou

para bem longe

bem longe

do meu coração

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Asa Branca

Luíz Gonzaga

Composição: Luiz Gonzaga / Humberto Teixeira

Quando "oiei" a terra ardendo

Qual a fogueira de São João

Eu perguntei a Deus do céu, ai

Por que tamanha judiação

Eu perguntei a Deus do céu, ai

Por que tamanha judiação

Que braseiro, que fornaia

Nem um pé de "prantação"

Por farta d'água perdi meu gado

Morreu de sede meu alazão

Por farta d'água perdi meu gado

Morreu de sede meu alazão

Inté mesmo a asa branca

Bateu asas do sertão

"Intonce" eu disse, adeus Rosinha

Guarda contigo meu coração

"Intonce" eu disse, adeus Rosinha

Guarda contigo meu coração

Hoje longe, muitas légua

Numa triste solidão

Espero a chuva cair de novo

Pra mim vortar pro meu sertão

Espero a chuva cair de novo

Pra mim vortar pro meu sertão

Quando o verde dos teus "óio"

Se "espaiar" na prantação

Eu te asseguro não chore não, viu

Que eu vortarei, viu

Meu coração

Eu te asseguro não chore não, viu

Que eu vortarei, viu

Meu coração

Kellen Cristine
Enviado por Kellen Cristine em 18/08/2011
Reeditado em 25/08/2011
Código do texto: T3167471
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