Descaminhos.
Minha trilha de sangue.
A trilha feita por meu coração.
Minha trilha de dor.
A trilha feita por minha alma.
Meu caminho de lágrimas.
Minha vida em profundo enlace.
Minha trilha...
Minha trilha em profundo desenlace.
Meus caminhos, meus laços.
Laços que me prendem.
Laços que me marcam.
Laços que me sufocam.
Laços que me matam.
Minha trilha...
Minha trilha de dor e sofrimento.
Meu caminho de tormento.
Meus caminhos e descaminhos.
Meus laços de tristeza marcados em minha carne feito espinhos.
E eu?
Eu sou um sujeito sem ninho.
Um sujeito a bordo de um navio desgovernado.
E eu sou um fermento entubado no lodo de meu sofrimento.
Meu coração derrete em pus e sangue.
Minhas feridas abertas estão.
E eu sou apenas solidão.
Minhas asas cortadas estão.
E eu sou como um rio que percorre a estrada vazia de meu sofrimento sofrido.
Vidas latejantes e cortantes.
Meus pés feridos estão.
Minha alma teima e grita.
Meu coração transgride minhas próprias lágrimas.
Mundo cão cheio de senão.
Abismos, curvas, montanhas.
Trantornos em minha estrada.
Vou indo onde o céu se esconde.
Minhas pernas bambas cambaleam.
E eu sou apenas um rosto empaledecido em frente ao espelho.
Nada sei e nada ouço.
Ouço e nada sei.
Perdido estou eu no meio da escuridão.
Rascunho de mim perdido no oceano desse mundo cão.
Meu caminho é a solidão.
Sim, amigo, meu caminho é a solidão e a escuridão.
E eu mesmo sou apenas solidão e escuridão.