O poeta e a cidade
Nas ruas da cidade velha,
Fluem novas expectativas,
Sem flores voam abelhas,
Porque a estação lhas priva.
Nos recantos do velho coração,
Uns sonhos perturbam o sono,
Sem braços, que dirá mão,
Amputado pelo abandono.
Nas fachadas da velha polis,
Pousam dois séculos de história,
As casas novas ainda moles,
Sonham com um porvir de glória.
Na face do vetusto aedo,
Dois lagos convertidos em sangue,
A esperança iludindo o medo,
Acena vida voltando ao mangue.
Poeta e cidade mesma mortalha,
Fusão de destinos e de vida,
Praça garbosa de épica batalha,
Buracos nas ruas, becos sem saída...