Cantilena das hienas

Quando entrei no bate-papo,

Avistei duas "Madalenas"!

U'a xingando e enchendo o saco,

Co'outra estranha "Madalena"!

Foi u'a mórbida cantilena,

Nessa afronta com berreiro:

Fui xingado de: — "Puteiro,

Fio d'uma égua e "baronil"...,

Onde enfurna o pau-brasil,

Que é chamado de "misêiro"!".

Miseráveis, não, "senhoras"!!

Estamos no mesmo barco,

Na regência desde outrora!...

Por que 'stão xingando o Pacco?

— "Tu és um bardo pé no saco,

A 'screver coisas demais...

Mas não passa d'um incapaz;

Vais dizendo o que não deves...

Logo mais vejo outra "Breve",

Nas manchetes dos jornais!".

— "Miserê de musica horrível,

Kem eh ki vai reger tua prece?

Pra tocar — são "impossível",

Pra cantar — ninguém merece!

Nem no parque e nas quermesses

Vão tocar teu baticum!...

É melhor ouvir Olodum,

Que escutar a tua rebeca,

Que não vale u'a só merreca,

Como u'a mula e um jerimum!".

Como u'a mula e um jerimum,

Inda tem valor à beça!...

Vou 'screver uma nova peça,

E com aquele "baticum..."

A mostrar seus zunzunzuns,

Quão covardes são dois seis;

Sem contar com o outro seis,

Que é a Serpente perigosa!...

De repente, escrevo u'a prosa,

Pra provar quem são vocês!!!

Depois disso veio um e-mail...

Foi uma enorme revelia;

Vendo aquela hipocrisia,

Pondo a amada no "passeio"!...

Nem notei que havia um enleio,

Só pensava em abrir o verbo...

Pros canalhas dos soberbos,

Co'as supostas "Madalenas";

Que tramavam co'as "hienas"

A implantar um novo acerbo!

Quando enfim, fiquei ausente,

Tive uma leve sensação...

De que fora u'a provação,

Com aqueles maldizentes,

Que também rangiam os dentes,

— Versejando por demais!...

Hoje, eu nem preciso mais

Ir atrás p'ra compreender...

Que os guaribas vão 'sconder,

— Os escribas "imortais"!!!

Paulo Costa

Pacco
Enviado por Pacco em 13/08/2011
Reeditado em 06/12/2011
Código do texto: T3157029
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