DIVIDA DE UM AMOR...

Lembranças que tenho daquele dia...

A tarde caia calmamente e tranqüila...

Como quem conspira pra que nada saia do contexto...

E eis que me deparo com você...

Meu coração congela...

Tamanha a felicidade ao vê-la...

A voz teimosamente demora a se fazer ouvir...

Pois as verdadeiras palavras que gostaria de pronunciar...

Por um instante são sufocadas pela insegurança...

Este foi um maravilhoso, mas penoso dia dos muitos que fiquei longe de ti...

Maravilhoso o fato de poder sentir seu cheiro e ver o brilho dos seus olhos refletidos nos meus...

Penoso por ter na realidade um crivo de impossibilidades possíveis às realidades por nós abandonadas...

E fico eu a perguntar se isso não é fruto de uma obra prima da conspiração por nome amor...?

Eu não sabendo se meus beijos eram recebidos por ti tão realmente e com tanto ardor...?

Que mesmo retribuindo-me com veemência você guardava dubiamente a carência da incerteza...

Não poderia eu imaginar que aquela simplicidade de carícias era realmente o que queria para preencher o vazio deixado pela falta que me fazes...

Intrepidamente o destino, quem assim o diz, vem me sorrir debochadamente devolvendo-te, mas cobrando seu preço por conseqüência...

Divida que com o tempo não se paga e com a vida se propaga...

Lamuria contida hoje de um coração endividado por não ter tido o sensível ardor de saber que um amor verdadeiro quando perdido vem em dado momento cobrar o que lhes devem...

Pavarim 11/08/11

pavarim
Enviado por pavarim em 12/08/2011
Código do texto: T3155948
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