Lágrimas de Ácido

Te digo: o teu choro triste,

é a pior coisa que existe...

Nada pode me afetar tanto,

quanto escutar teu pranto.

E tudo isso, por minha culpa,

um equívoco, que te insulta,

tanto, que estás inconsolável,

estremecida, furiosa e frágil...

Grandiosa tolice imperdoável,

maldita a falha incontestável.

Eu navegava junto ao paraíso,

não valorizei e perdi o juízo...

Vou me afastar definitivamente,

pelo menos é atitude condizente,

após justificativas esfarrapadas,

que só pioram a situação criada.

É meu dever te solicitar perdão,

mas não quero a tua compaixão,

pois não sou digno de confiança:

- Se cure de mim, que sou doença!

Sou a moléstia sem cumplicidade,

que contamina, se alastra e arde,

que maltrata com impiedosa ação,

atingindo bem no fundo do coração.

Veja que a minha fuga é a da derrota,

de quem bem sabe, que foi um idiota,

que fez besteira e ficou sem louros,

desperdiçando o maior dos tesouros.

Não fui o Romeu, que tu esperavas,

mas acredite: - Eu muito te amava...

E me despeço neste mar de lástimas,

com a alma tatuada por tuas lágrimas.