CHORA MÃE ÁFRICA.
Chora novamente mãe África,
porque o mundo permanece cego
e tão entregue a outras batalhas,
que já não enxergam a tua luta,
obra solitária numa ação humanitária.
Choram mães desesperadas pelo peito murcho,
secos do leite, fatigados pelo absurdo
de verem a morte de anjos desnutridos
e deixam lágrimas sobre o chão esturricado,
sobre o rastro dos milhares de refugiados.
Chora mãe negra enquanto a morte chega
e leva embora o desalento dos famintos,
guerreiros subnutridos sob tendas no Quênia,
filhos enfraquecidos pela seca e a fome;
são milhares os desabrigados daquele chão somali.
Chora novamente mãe África,
porque teus valentes pedem socorro,
enquanto carcaças secam na terra fúnebre,
mas, quem trocará rifles e lanças,
por dignidade, comida e esperança.
Choram mães; corações despedaçados,
por outro, e outro, e mais outro,
filhos vivos em pele e osso, e mortos...
Quantas lágrimas ainda cairão?
Então, chora mãe África.