VERSOS TEDIOSOS
VERSOS TEDIOSOS
Inspira ternura e consolo
Na garganta se faz gosto amargo
No dorso o suor se embranquece
Só o semblante permanece na sombra
O galã faz rimas de versos tediosos
No peito moribundo o som silencia
Ele falava da odisséia da vida
Confessava: foram promessas... ditas asneiras
Não passava de filosofia de bebedeira
Uma narrativa de biografia em epopéia
Dos lábios ascendiam palavras de sarcasmo
Tudo lorota em hinos de mágoas
E à noite novas volúpias
Afagos e beijos de riso irônico
O arfar do peito em imortais gozos
E sussurros de zombaria
(maio/1984)