VERSOS TEDIOSOS

VERSOS TEDIOSOS

Inspira ternura e consolo

Na garganta se faz gosto amargo

No dorso o suor se embranquece

Só o semblante permanece na sombra

O galã faz rimas de versos tediosos

No peito moribundo o som silencia

Ele falava da odisséia da vida

Confessava: foram promessas... ditas asneiras

Não passava de filosofia de bebedeira

Uma narrativa de biografia em epopéia

Dos lábios ascendiam palavras de sarcasmo

Tudo lorota em hinos de mágoas

E à noite novas volúpias

Afagos e beijos de riso irônico

O arfar do peito em imortais gozos

E sussurros de zombaria

(maio/1984)

Aleixenko
Enviado por Aleixenko em 10/08/2011
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