FONTE DOS DESEJOS
Eu sou um fantasma...
A sombra que atravessa as águas do Tamisa
Enquanto deixa...
Segredos repousarem em seu leito turvo
Não Existe aparência...
Quando nada se pode ver.
Finalmente me encontro, agora...
Próximo da imagem...
Verdadeira essência, do meu ser mutilado
E nessa fonte onde as musas se banham
E se lavam do desejo dos mortais...
Olhei-me no reflexo das águas
E encontrei em mim as feições de um mostro
Sou eu...
Velho e senil
Decrépito espírito rancoroso em feições joviais
Sou eu... Triste
Em um sorriso
De gargalhadas eufóricas de lagrimas
A felicidade me espanta
Como algo anormal
E inconcebível ao mundo a que pertenço
“Subo ate o sótão...
Nem todas as portas estão abertas
Nem todas as ‘verdades’ podem ser abertas
E isso você entende bem
...Do bolo de cartas que nunca li.
As feridas das palavras que eu guardei pra você.”
_Eles cresceram e se apaixonaram
E numa linda manha de domingo...
...Se casaram...
E se beijaram...
Mas eu não estarei aqui pra ver.
As figuras se movem..
E também como as sombras... se perdem noite adentro...
E assim como elas caminham, Viver é sempre...
Dar constantemente..
Um paço em direção a escuridão.
Sou eu... um mostro
Velho...
Quando deveria ser jovem
Triste.
Quando todos pensam ver felicidade
Só...
Vejo as musas
E elas caçoam, riem da ironia de tantos encontros infortúnios
De tantos amores e destinos contrários
Elas recolhem os diamantes formados pelo sal das minhas lagrimas...
E os usam para se adornar
E assim como o amor
Que só é belo porque se enfeita da tristeza daqueles que não o conseguiram alcançar.