Quando um amor se vai...

Quando um amor se vai

Fica a ausência, a incômoda falta da presença,

Fica a saudade, do tamanho do amor que era declarado.

A minha saudade é imensa. Tão grande quanto à minha sinceridade;

Tão pesada quanto às verdades que declarei. Tão profunda quanto às declarações que fiz.

Jurei amor eterno, pactuei um pra sempre pra nunca se acabar. Apesar de uma velha música dizer: “Adeus também foi feito pra se dizer”, não estava no meu script esta fala, nem nunca pretendi dizê-la. Na maior das crises, sempre alimentei a esperança de superá-las, respaldado pela troca de afirmações de jamais dizer: “Foi bom enquanto durou”, pois pra mim, se é bom não tem porque acabar. Aprendi que o verdadeiro amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. Amei com a certeza de que dei o melhor que há em mim, na expectativa óbvia de viver a reciprocidade de uma relação comprometida com a felicidade custe o que custar. Infelizmente, mais uma vez, percebo que o pra sempre de muita gente é banalizado e sempre acaba, mesmo contrariando o real sentido da frase que compromete e arremete dois corações a um plano que foge a proposta do “nunca”. Eu poderia cantar agora um trecho da tão conhecida música...: “Eu sei que vou te amar... por toda a minha vida, sei que vou te amar...” Mas às vezes fico mudo, e tenho estranhado meu silêncio pela perplexidade que me acomete, e diferente doutros casos tem fragilizado até mesmo meus sentimentos poéticos, que são aguçados em momentos em que a agonia de uma perda dilatam minha veia de poesias e me tornam mais capaz de expressar minha melancolia com tons de fantasia, que amenizam por momentos a fina algia que nesta nostalgia me faz mergulhar. Por vezes parece que eu me afoguei, e me pego impotente ante a tela do PC, ou a caneta já não consegue mais expor e bradar a minha dor nos versos que manifestam os mais diversos modos de fazer do sofrimento uma arte literária que, ao menos, tente me libertar desta mordaça que não me permite mais dizer nada do que sinto ao meu grande amor. O meu silêncio foi requerido; minha voz e a minha escrita que antes encantavam, agora parecem despertar repulsa. Eu não posso mais sequer falar... Na verdade, tentar me calar é como querer me matar. Dizem que os poetas são imortais... dizem... Pelo menos seus nomes são lembrados. Se isto for vida, quero a minha de volta. Não quero homenagens póstumas, nem que digam que fui e sempre serei inesquecível. Se eu não posso ser o presente, também não quero estar ausente. Pra falar a verdade, se é que eu posso falar... eu nem sei mais o que eu quero, pois quem eu mais quero não quer mais me escutar.

Lael Santos
Enviado por Lael Santos em 07/08/2011
Reeditado em 08/08/2011
Código do texto: T3145865
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