Mãos
Mãos
Mãos, diáfanas
Esquálidas, manchadas,
Enrugadas, desbotadas
Na curva do tempo
O sol lhes crestou.
Dedos longos esqueléticos,
O reumatismo encurvou
É tudo que restou.
São réstias do passado
Que o vento levou
Ah! Com estes sobejos
Ainda vejo, um tempo a triunfar!
Satisfazer meus desejos
Ah! Com elas posso:
Digitar, pintar, bordar, cozinhar,
E muito mais, afagar.