Meu nome é solidão!
Outrora eu era alegre, feliz
Corria pelos campos, sonhando
Num sonho de amor e esperança
Colhi todas as flores, deitei-me
Sobre elas a ver o manto de estrelas
Roubei-as todas só para mim
Num gesto egoísta também a Lua
Escondi o Sol da manhã, aprisionei-o
Condenei a terra apenas ás trevas
Vaguearam como loucos os poetas
Despertos da sua missão, a do amor
Nos véus da noiva, eu vesti a traição
Nos corações dos pais, eu difamei-os
Nos governantes, eu coloquei a cobiça
Afinal quem sou eu? Sou a solidão
Aquela que todos falam mal e gritam
Como correntes do passado e atolado
Não! Não vou dou a alegria, não dou!
Ela é minha só minha! Ai de ti que a roubes
Afinal ela é a única e generosa amiga...