De que adianta?

De que adianta relembrar teu nome,

e chamá-lo sussurrando no meu sono

que tão pouco tempo dura ?

De que adianta, se essa imagem some

e acordo, como sempre, no abandono

que ainda não tem cura ?

De que adianta ver teu vulto etéreo

a pairar sobre todo o pensamento

que ainda habita em mim ?

De que adianta, se como num mistério

ele se vai, levado pelo vento,

e o sonho chega ao fim ?

De que adianta, enfim, lembrar que existes

em outro mundo, em outra dimensão

enquanto aqui padeço ?

De que adianta, se os meus olhos tristes

demonstram que paguei, pela ilusão,

tão alto preço

Amaury Nicolini
Enviado por Amaury Nicolini em 04/08/2011
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