APENAS UMA NOITE TRISTE

Sob o manto escuro da noite

repousa seu corpo cansado.

Lá fora o vento em forma de açoite

age como se fosse guiado.

O frio torna o quarto gélido

e apenas uma vela aquece o lugar.

Em sua visão tudo parece pálido

e na penumbra se põe a pensar.

A madrugada é longa e solitária,

até mesmo as sombras ficam entristecidas.

Nem a lua lá fora como luminária

é capaz de dar a noite a paz merecida.

Ela pensa e sonha acordada

e lastima da solidão que sente.

Conta as pedras da sua caminhada

e as lágrimas caem latentes.

Sente as mãos trêmulas de repente

e percebe que precisa dormir.

São instantes que o coração pressente

que a alma de calor precisa para se abrir.

Pobre ser abandonado e esquecido,

despido de desejos banais.

Seu tempo parece ter vencido

e na noite só o sono a satisfaz...

Lucia Liz
Enviado por Lucia Liz em 03/08/2011
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