A Tristeza Entorpecida

Ouso o vento soprar forte

no coração da tempestade.

Estava tudo cinza e denso.

A tristeza marcada pela dor.

a verdade girou e se foi

levada pelo furação do amor.

Então onde moram os sentimentos?

Quando são levados pelas enxurradas?

Para jardins floridos no paraíso?

Ou simplesmente morrem no mar?

Vai-se com o sol poente e se perde

Na fria e melancólica madrugada.

Foi subestimado o amor

Toda dor levada pelas águas.

Lagrimas desperdiçadas por um

Momento que passou.

Horas submissas em minha retina

Quando o olhar foi mais longe que

O próprio espaço e tempo.

Estava em pleno vôo quando soube

Que nunca havia decolado.

Estava ali parado.

Havia chorado.

A tristeza me dominado.

Um choro calado.

Tristes conseqüências.

Verdades.

Saudades.

Carências.

Nem eu sabia ao certo o que

Havia vivido.

Pensamentos viajantes

Em sua frágil obediência.

Abstinência.

Criança adulta cansada

De sentir essa doença.

O inverso da felicidade.

Doces momentos esquecidos.

A total clemência da puberdade.

Esqueceu quem foi?

O quanto amou?

O quanto alçou vôo?

O quando sonhou e penou

Pelos seus sonhos?

Na beira de uma cachoeira

Em um vale perdido.

Sem saber eu havia sido

Absolvido.

Abri meus braços.

Pulei de olhos fechados.

Entreguei-me ao amor.

Sem saber o que eu encontraria

Quando chegasse lá embaixo.

Renato Rodrigues
Enviado por Renato Rodrigues em 31/07/2011
Código do texto: T3131143
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