Olho o Relógio e Vejo Minha Vida.
Olho o relógio e vejo minha vida, mas no anti-horário.
Sinto ir para trás e eu tento segurar,
Mas não há meios.
Não há saída.
Absorve-me: é como um aspirador que vai sugando os restos do tapete.
Eu sou o resto de comida, o resto da embalagem
E a dona de casa com a arma na mão
Levando o pouco que resta de mim.
Levo, então, o nevoeiro.
Extermino o exterminado.
Estou no campo de concentração
E, no entanto, minha concentração se esvai como ao vento.
Entre meus seios e receios, me concentro que estou perto do fim.
Eu sou um ponto final.
Acabe-me logo.
Amém.