MEDO

Medo

Eu não tenho medo do escuro,

Onde nada posso ver.

Até gosto do conforto,

Do que eu não preciso saber.

Eu tenho medo é da luz,

Que revela tudo,

E eu não sei o que ela irá me dizer.

E como serão os meus dias depois...

Ah! Quatro letrinhas me consomem.

Esse substantivo tão tremulo e abstrato,

Que na minha vida se mostra tão palpável,

E me destrói.

Tenho tanto medo de errar os meus passos,

Que acabo errando e caindo.

E as mascaras que eu vejo cair,

Na verdade só mudam,

Pelo medo que tenho de mim.

E eu sinto que vou perder,

Não vou conseguir ir até o fim.

E antes de embarcar nos meus sonhos,

Meus desejos mais secretos,

Eu desabo e me acalento

No escuro que esconde tudo de mim.

Mas mesmo assim,

Faz-me poder sonhar,

E mesmo sem luz dormir.

E por medo de acordar,

Eu permaneço no escuro,

Mais uma vez fujo da luz do mundo.

E eu me pergunto:

O que é pior?

Viver na ilusão sem luz,

Ou viver na verdade?

Por medo de descobrir minha realidade

Eu venero a noite.

Sem saber que já escolhi o pior.

Eu tenho medo,

Medo de viver na solidão,

Que me iludi que a luz é ilusão.

E para não morrer na frieza da estação,

Eu viro fogo,

Para aquecer minha eterna amada escuridão.

A. Alawara Chavéz

Alawara Chavéz
Enviado por Alawara Chavéz em 27/07/2011
Reeditado em 27/07/2011
Código do texto: T3123063
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.