Meu Enterro

Controlando minha mente de uma simplória aprendiz infernal

Estou adormecendo meus pensamentos nas sombras focais

Acumulando em minha tumba o círculo da dor constante

Escondendo-me na aliança de pesadelos brutais

Conservando a eterna asa que me comove com lágrimas em instante

Caminhando sobre o sossego da noite solitária

Contemplando meu fervor pela eternidade inexistente

Sendo cobiçada pelo murmúrio do punhal desalmado

As mágoas de minha alma sórdida aprisionada pela gelada corrente

E meu triste louvor sendo enterrado...

Engravatei-me na orquestra sombria

E observando a bela taça de um ser que pela doce ilusão foi envenenado

Enxergo meu espelho negro e meu fascínio pela noite fria

A amarga despedida entre meu corpo e minha alma

As velas negras acesas fazem entregai-me ao descanso eterno

Entre as flores vermelhas derramadas de sangue me cobrirei

Nas covas sepultadas o guardião secreto observa

E eternamente nas asas do véu das trevas me acolherei

Dentro do suave poder da escuridão que me preserva

Thyago Amado Paiva
Enviado por Thyago Amado Paiva em 07/12/2006
Código do texto: T311494