Meu Enterro
Controlando minha mente de uma simplória aprendiz infernal
Estou adormecendo meus pensamentos nas sombras focais
Acumulando em minha tumba o círculo da dor constante
Escondendo-me na aliança de pesadelos brutais
Conservando a eterna asa que me comove com lágrimas em instante
Caminhando sobre o sossego da noite solitária
Contemplando meu fervor pela eternidade inexistente
Sendo cobiçada pelo murmúrio do punhal desalmado
As mágoas de minha alma sórdida aprisionada pela gelada corrente
E meu triste louvor sendo enterrado...
Engravatei-me na orquestra sombria
E observando a bela taça de um ser que pela doce ilusão foi envenenado
Enxergo meu espelho negro e meu fascínio pela noite fria
A amarga despedida entre meu corpo e minha alma
As velas negras acesas fazem entregai-me ao descanso eterno
Entre as flores vermelhas derramadas de sangue me cobrirei
Nas covas sepultadas o guardião secreto observa
E eternamente nas asas do véu das trevas me acolherei
Dentro do suave poder da escuridão que me preserva