Enterro meus sapatos e meus pertences.
Enterro meus sapatos e meus pertences.
Não quero mais pertencer a tal hábito.
Não estou habituado a viver na hipocrisia.
De que adianta ser sábio, se nada serve à sua sabedoria?
Preferiria trocar minha cultura por um sorriso e um refrigério.
Mundo imperfeito em que vivemos entre a faca o queijo.
Mundo desnecessário. Prefiro viver o fim a ressuscitar nesse mundo desgovernado.
Não há limites por aqui, onde as fronteiras se chocam
Sem, ao menos, porem-se em choque.
Forço-me a pensar que nada sei da vida
E faço-me pensar que a vida nada é senão um martírio
Àqueles que insistem em refugiar-se em liberdade.
No enterro de meus pertences,
Confesso não ter derramado uma lágrima sequer.