Adeus
Penso que é chegada a hora
Sem demora...
Pode negar a emoção, mas
Não pode furtar-se a razão.
Transparecem sinais...
Afinal, pode uma porta
De muitas maneiras fechar-se,
Abrupta ou sorrateiramente,
Violenta ou calmamente,
Dissimuladamente, fechar-se...
Quiçá num faz-de-conta, entreabri-la,
Se não à adentrares,
É mantê-la fechada
Sem dizê-lo.
Sentimentos pertinazes
Palavras perspicazes...
Reluta-se acreditar, mas
Se não percebe o olhar, o cair da folha
E a contempla caída ao chão,
Eis as marcas do inverno
As evidências da estação...
Impossível refutar,
Somente o florescer da primavera desejar,
Sem os rigores do inverno atravessar, é iludir o coração...
Se parte a noite e,
Surge o Sol, sem alarde
Simplesmente,
Desponta no arrebol
Em sua imponência, seu calor, sua luz
A inundar todo lugar e,
Ainda assim, sua luminiscência finda,
Quando véu sombrio encobre a luz,
O dia foge arredio e,
A noite se faz
Silente, fria...
Por que insiste-se desacreditar
Que também um dia, pode o amor acabar?
Esse é o ponto final de um amor natimorto... sinto assim,
Um tanto absurdo, quase cruel, um jeito torto de me dizeres, adeus...