Adeus

Penso que é chegada a hora

Sem demora...

Pode negar a emoção, mas

Não pode furtar-se a razão.

Transparecem sinais...

Afinal, pode uma porta

De muitas maneiras fechar-se,

Abrupta ou sorrateiramente,

Violenta ou calmamente,

Dissimuladamente, fechar-se...

Quiçá num faz-de-conta, entreabri-la,

Se não à adentrares,

É mantê-la fechada

Sem dizê-lo.

Sentimentos pertinazes

Palavras perspicazes...

Reluta-se acreditar, mas

Se não percebe o olhar, o cair da folha

E a contempla caída ao chão,

Eis as marcas do inverno

As evidências da estação...

Impossível refutar,

Somente o florescer da primavera desejar,

Sem os rigores do inverno atravessar, é iludir o coração...

Se parte a noite e,

Surge o Sol, sem alarde

Simplesmente,

Desponta no arrebol

Em sua imponência, seu calor, sua luz

A inundar todo lugar e,

Ainda assim, sua luminiscência finda,

Quando véu sombrio encobre a luz,

O dia foge arredio e,

A noite se faz

Silente, fria...

Por que insiste-se desacreditar

Que também um dia, pode o amor acabar?

Esse é o ponto final de um amor natimorto... sinto assim,

Um tanto absurdo, quase cruel, um jeito torto de me dizeres, adeus...

Gelci Agne
Enviado por Gelci Agne em 17/07/2011
Reeditado em 20/07/2011
Código do texto: T3100814
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